A inauguração da loja Makes Polly, na última quinta-feira (13), causou alvoroço em Recife. Anunciando que todos os produtos custariam apenas R$ 10, a loja atraiu uma multidão ao centro da cidade. O que parecia ser apenas uma estratégia de marketing virou caso de polícia, levantou debate sobre práticas comerciais e acabou envolvendo até a influenciadora Franciny Ehlke, criadora da linha de maquiagens “Fran”.
Promoção promissora vira tumulto
Logo nas primeiras horas da madrugada, dezenas de pessoas já se aglomeravam na frente da loja, localizada na Avenida Conde da Boa Vista, uma das principais do Recife. A expectativa era grande, especialmente porque a promoção incluía produtos de marcas famosas, como os glosses da linha Fran, que normalmente custam entre R$ 30 e R$ 40.
Apesar da promessa de abrir às 9h, a loja só iniciou o atendimento por volta das 11h. Esse atraso gerou confusão e tensão na fila. A Polícia Militar de Pernambuco foi acionada para organizar o local, controlar a multidão e evitar acidentes. Uma pequena barreira foi montada para proteger tanto os consumidores quanto os lojistas da região.
Impacto no comércio vizinho
O movimento intenso também causou prejuízos para outras lojas próximas. Donos de farmácias e estabelecimentos relataram queda nas vendas e dificuldade de acesso de seus próprios clientes.
Um comerciante, que preferiu não se identificar, declarou:
“Não fomos avisados dessa promoção. De repente, a rua estava lotada, ninguém conseguia entrar na minha loja. Tentando conter os ânimos da galera e suprir uma expectativa plantada por outra loja… teve confusão, gente revoltada.”
Vídeos mostrando as longas filas e a chegada da polícia rapidamente viralizaram no TikTok, com a hashtag #glossdafran, aumentando ainda mais a repercussão do evento.
Franciny Ehlke reage à promoção inesperada
A influenciadora Franciny Ehlke foi surpreendida ao ver seus produtos sendo vendidos a um valor muito abaixo do estipulado. Em pronunciamento nas redes sociais, ela demonstrou insatisfação com a situação:
“Quando os lojistas compram os nossos produtos, eles precisam respeitar um certo preço. Isso que aconteceu foi tão feito, tão desrespeitoso.”
Franciny afirmou que pretende investigar como seus glosses chegaram à promoção e prometeu tomar providências. A equipe da influenciadora já entrou em contato com fornecedores para entender se houve quebra de contrato ou revenda indevida.
Além disso, ela declarou que essa desvalorização pode afetar negativamente tanto sua marca quanto outras influenciadoras que também trabalham com cosméticos no Brasil.
Resposta da loja e promessa de nova data
Diante do tumulto e da repercussão negativa, a proprietária da Makes Polly publicou um vídeo em suas redes sociais agradecendo a todos que compareceram e se desculpando com os que não conseguiram entrar ou comprar os produtos.
Ela afirmou:
“Em respeito aos meus clientes, eu tentei entrar em contato com os fornecedores para conseguir mais produtos, mas ainda não obtive retorno. Nós vamos marcar uma nova data com calma, onde vamos trazer os produtos exclusivos para quem não conseguiu garantir.”
A empresária também reforçou que a intenção era valorizar a clientela e movimentar o comércio com uma ação especial de lançamento.
Avaliação de especialistas e consumidores
Especialistas em marketing e varejo apontam que ações promocionais devem sempre estar alinhadas com fornecedores, além de bem planejadas para não comprometer a segurança e a imagem da marca.
Já alguns consumidores que participaram da promoção relataram frustração. Muitos não conseguiram entrar na loja após horas de espera, enquanto outros disseram que os melhores produtos já tinham esgotado nos primeiros minutos.
Em contraponto, outras pessoas elogiaram a proposta e torcem para que a nova data anunciada aconteça de forma mais organizada.
O que fica da polêmica
A promoção da Makes Polly revelou o poder das redes sociais para impulsionar vendas, mas também serviu como alerta sobre os limites do marketing agressivo. A mistura de preços muito abaixo do mercado, desorganização e falta de alinhamento com marcas parceiras trouxe mais dor de cabeça do que lucro imediato.
Agora, resta saber se a loja vai conseguir reverter a imagem negativa e cumprir a promessa de uma nova inauguração — sem filas caóticas e sem a presença da polícia.